ALLOWTRA

Portugal

7.2.09

Capa do Jornal a Bola

20.2.08

PROCURAÇÃO ELECTRÓNICA JÁ É POSSÍVEL

PROCURAÇÃO ELECTRÓNICA JÁ É POSSÍVEL



Numa decisão inédita em Portugal foi aceite hoje a primeira procuração electrónica no mundo

Um mandatário judicial português em conjunto com uma empresa de tecnologias da justiça sedeada na Inglaterra acabam de lançar o portal Procuração na Hora.PT, dando início a uma nova era de desmaterialização da procuração tradicional em papel.

A Procuração na Hora consiste numa procuração electrónica que permitirá a qualquer cidadão conferir poderes a um advogado, solicitador, ou procurador civil, por via electrónica, fazendo uso das tecnologias já existentes e do Cartão do Cidadão (CC), tendo igual valor legal que a procuração tradicional em papel com aposição da assinatura pelo próprio punho.

Neste projecto estiveram envolvidas e colaboraram directa ou indirectamente várias entidades, entre as quais destacamos a Multicert, a INCM, os CTT e a SEMA/PCM (Secretaria de Estado da Modernização Administrativa, Presidência de Conselho de Ministros) – que tutela o CC. Em termos de tecnologia, para além do website, foram utilizados o CC, um leitor de smartcards fabricado pela GEMPLUS (USA) e software da Microsoft.

Na equipa que desenvolveu o projecto, além do seu mentor, encontram-se nomes como Carlos Gama, mestrando em sistemas de informação na Liverpool University, actualmente administrador de sistemas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) em Genebra, Kjell Hellman, cientista e mestrando na Reikyavic University na Islândia, Armando Simões da Silva, economista licenciado pela London School of Economics de Londres, Sónia Sousa Pereira, mediadora de conflitos do Ministério da Justiça a realizar mestrado na Faculade de Medicina de Lisboa em cooperação com o Instituto de Medicina Legal, e ainda outros juristas.

O juiz a quem foi presente a primeira procuração electrónica alinhou com a mesma interpretação jurídica e proferiu despacho judicial a admitir a junção da mesma, dispensando a apresentação da procuração tradicional em papel, dando assim origem a uma nova era de e-justice impar ao nível mundial, colocando Portugal no patamar máximo do e-government uma vez mais.

De notar que, neste momento existem apenas sete países no mundo com o chamado Digital ID, ou seja, documento de identificação civil (vulgo bilhete de identidade) que contenha assinatura electrónica necessária para a realização de actos jurídicos à distância, por intermédio de um computador, sem necessidade de deslocação ao organismo público. São eles a Áustria, Estónia, Bélgica, Finlândia, Suécia e Itália, tendo sido confirmado que em nenhum dos mesmos exista esta inovação.

Em termos práticos, significa que qualquer cidadão português residente em qualquer parte do mundo, ou brasileiro residente em Portugal ao abrigo do Tratado de Porto Seguro, poderá usar ou requerer o seu CC que lhe permite assinar documentos electrónicos sem sair de casa, nomeadamente, a procuração electrónica agora inventada por este português.

A procuração electrónica poderá servir para, entre outras aplicações, procurações forenses para processos judiciais, ou ainda como procuração civil para facultar determinados poderes que não careçam da forma especial de escritura pública, como sejam a compra e venda de automóvel ou outros bens móveis, obtenção de certidões, realização de registos de imóveis, etc.

O site onde pode ser prestado este serviço é o www.procuracaonahora.pt e está disponível em Portugal e no estrangeiro, a partir de hoje e gratuitamente, para emitir procurações electrónicas com o uso do CC.

8.2.08

Um cheiro intenso a cadáver

O caso da criança inglesa desaparecida no Algarve levanta importantes questões relacionadas com a nossa investigação criminal e sobretudo com a nossa informação. Ele mostra à saciedade como os maus investigadores criminais e os maus jornalistas andam de mãos dadas; como estão umbilicalmente ligados.
Numa situação com as dimensões mediáticas que esta atingiu, o pior que pode acontecer à polícia é não apresentar rapidamente resultados - leia-se: culpados.
Quanto mais se constata a dificuldade do caso ou quanto mais se evidencia a incapacidade da polícia para o solucionar, maiores e mais frequentes são as manchetes em certos jornais, todas indicando explicitamente culpados e, mais do que isso, sugerindo que a polícia nada mais pode fazer devido a poderosas forças de bloqueio.
Em regra, quando a polícia faz uma investigação bem feita, não aparecem fugas de informação para os jornais, mas sim os resultados finais. Quando a investigação é mal feita ou os investigadores estão num beco sem saída, então todos os dias a todas horas aparecem informações cirúrgicas - sempre absolvendo os investigadores (da incompetência, de ineficácia, da negligência) e quase sempre apontando o dedo a culpados de ocasião
A Polícia Judiciária goza de um superavit de credibilidade na sociedade muito superior ao da sua real capacidade investigatória, porque os casos que deslinda são sempre apresentados nos órgãos de informação como grandes sucessos, enquanto os casos que não resolve (ou pura e simplesmente nem chega a investigar) são ignorados pela comunicação social e caem no esquecimento geral. Os insucessos policiais raramente são notícia
Quando a polícia apreende algumas toneladas de droga logo monta um espectáculo para as câmaras da televisão, exibindo-as juntamente com uns maços de notas, uns telemóveis e a bandeira da polícia. Quando são apenas alguns quilos, logo os transforma em "centenas de milhar de doses individuais" para o mesmo espectáculo mediático. Todas as semanas o país fica a conhecer os grandiosos sucessos da nossa polícia através de uma eficaz máquina de autopropaganda em muito semelhante à que, noutros países, ainda não há muito tempo, anunciava os grandiosos avanços do socialismo. A realidade, essa, como sempre, é que estraga tudo. Por isso há que ocultá-la.
A PJ, enquanto corporação, gerou interesses próprios e autónomos que em certas circunstâncias entram em contradição com as suas finalidades legais. Em alguns momentos dá a impressão que funciona como um estado dentro do Estado. Ainda há semanas, um alto responsável da PJ prestava declarações à imprensa em pose de Estado, com a bandeira da corporação ao lado, como se fosse o Presidente da República ou o primeiro-ministro em comunicação ao país.
Por isso é que casos como os da Madeleine ou da Joana obrigam as polícias a apresentar rapidamente culpados sob pena de a sua credibilidade se ir desmoronando a cada dia de atraso. Nestes casos, à medida que se verifica a ineficiência da investigação criminal, evidencia-se também a sua gigantesca capacidade de autopropaganda. É chocante a disponibilidade de certos órgãos de informação para acolher e publicitar essa propaganda.
Os maus polícias e os maus jornalistas são aliados naturais. Precisam uns dos outros como os parasitas do hospedeiro. Sem os maus jornalistas, aqueles polícias nunca conseguiriam ver as suas opiniões e conjecturas noticiadas a coberto do anonimato e seriam mais vezes responsabilizados pela sua ineficácia. Sem os maus polícias aqueles jornalistas teriam de fazer uma verdadeira investigação dos factos e nunca conseguiriam as manchetes sensacionalistas com que permanentemente intoxicam a opinião pública. Assim, como as coisas estão, esses jornalistas não fazem qualquer investigação digna desse nome; limitam-se a uns telefonemas para as fontes habituais - os mesmos polícias de sempre, ou seja, geralmente indivíduos profissionalmente desqualificadas, rancorosos, megalómanos ou mesmo mitómanos, os quais tecem algumas conjecturas ou insinuações sem qualquer fundamento real, mas que os ditos jornalistas logo transformam em gloriosas e assertivas manchetes.
Tradicionalmente, a generalidade dos órgãos informação portugueses nutria um considerável respeito pelos direitos pessoais, nomeadamente, pela privacidade. O caso Maddie mostrou que uma parte da nossa imprensa assimilou em definitivo o que de pior existe na comunicação social britânica, ou seja, aquele execrável "tabloidismo", que não tem a mais vaga consideração pela dignidade da pessoa humana nem qualquer compromisso com a deontologia jornalística.
O resultado está à vista: paira no ar um intenso cheiro a cadáver. E não é o da criança desaparecida. É o cadáver da presunção de inocência; é o cadáver do dever jornalístico de ouvir todas as partes com interesses atendíveis. É o cadáver do segredo de justiça. Todos já em adiantado estado de decomposição.
Felizmente que, por entre os miasmas da putrefacção, ainda vai havendo quem resista e procure noticiar com rigor os factos que vai investigando autonomamente. Felizmente ainda há profissionais que se recusam a fazer um jornalismo obsequioso em relação a polícias incompetentes. Felizmente que ainda há jornalistas que se recusam a apresentar como factos incontroversos as opiniões ressabiadas de "informadores anónimos.
É altura de aqueles que em Portugal lutam a sério pelo direito de informar saírem do silêncio a que se remeteram. É que o verdadeiro combate pela liberdade de imprensa começa justamente pelo combate contra a "libertinagem de imprensa".
António Marinho e Pinto, Advogado - "Público" 26 Set 07

11.6.07

Melhor seguro automóvel

Em 2006 coloquei aqui um artigo sobre o seguro automóvel melhor e mais barato do mercado.
Na altura consultei várias companhias de seguros, nomeadamente OK Teleseguro e Seguro Directo. Todas faziam para um seguro de danos próprios um valor superior a 1300 euros.
Acabei por conseguir, num mediador, um seguro Tranquilidade por 1 182,79 Euros. Para conseguir este valor tive que contratar um cartão de crédito do Bes, cartão este que nunca usei.
Na altura achei que fiz um negócio excelente.


Em maio deste ano recebi o aviso de cobrança da Tranquilidade, acompanhado de uma carta onde me davam a excelente noticia de que o meu prémio de seguro tinha sido reduzido, tendo este passado para o valor de 1 177,22 Euros (uma redução de 5,57 Euros).

Fiquei tão maravilhado com este desconto que consultei de novo várias companhias de seguros e mediadores. As companhias Online OK Teleseguros e Seguro Directo continuam a praticar preços extremamente elevados. Isto apesar das constantes campanhas televisivas em que se afirmam as mais baratas do mercado.

No mediador Arcos Seguros, consegui o mesmo seguros, ainda por melhores condições, visto que tenho direito a 15 dias de viatura de substituição, por 500 euros. Sim leram bem, 500 euros.

Uma diferença de 677,22 Euros. Como é isto possível?

Quero apenas referir aqui que a companhia de seguros é a Liberty Seguros.

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22.3.07

Há falhas no dossier de José Sócrates na Universidade Independente

Assunto: É um artista português

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Processo de licenciatura
Há falhas no dossier de José Sócrates na Universidade Independente
22.03.2007 - 07h09 Ricardo Dias Felner

O dossier relativo à licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente tem várias falhas. Há alguns documentos por assinar, ou sem data, timbre ou carimbo, tal como há elementos contraditórios, nomeadamente os relativos às notas atribuídas a José Sócrates.

De acordo com os documentos a que o PÚBLICO teve acesso - 17 folhas fotocopiadas de "todo o dossier" de curso -, o primeiro-ministro terminou o bacharelato no Instituto Superior de Engenharia Civil de Coimbra em Julho de 1979, com média de 12 valores. Quinze anos mais tarde, quando já estava empenhado na campanha de António Guterres para primeiro-ministro e era deputado do PS, inscreveu-se no curso do ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) de Engenharia Civil, na modalidade de Transportes e Vias de Comunicação.

Uma das folhas do processo, de que foi dada cópia ao PÚBLICO e lida na presença do reitor da UnI, indica que José Sócrates fez dez cadeiras semestrais no ISEL, no ano lectivo de 1994/95. E deixou 12 por fazer, antes de entrar para a Independente. Aqui, Sócrates concluiu cinco disciplinas.

Foi essa folha que terá servido para atestar a frequência das disciplinas no ISEL no processo de equivalência e matrícula da UnI, a 14 de Setembro de 1995. Só que a sua data é posterior: nas costas da fotocópia vê-se um carimbo, assinado pelo chefe de secção da secretaria do ISEL, "conforme o original arquivado", com data de 8 de Julho de 1996. Já o Boletim de Matrícula na UnI revela que, nessa ocasião, o único documento junto ao processo foi uma fotocópia do BI.

Se estes dois documentos são assinados e têm data, o mesmo não sucede com outras fotocópias. É o caso, por exemplo, do Plano de Equivalências de José Sócrates, sem qualquer timbre nem carimbo e onde se concretiza que cadeiras mereceram equivalência por parte da UnI. Ou do Pedido de Equivalência, uma folha não numerada (como todas as outras), onde apenas surge o nome José Sócrates Sousa, manuscrito pelo próprio, e o mapa de equivalências por ele proposto. Acresce que o número de cadeiras a que é requerida a equivalência, 25, tem menos uma cadeira do que o total das disciplinas a que José Sócrates viria de facto a obter equivalência no processo de transferência: 26. Por outro lado, o espaço onde o responsável do conselho pedagógico pelo processo deveria colocar a sua assinatura está em branco.

Documentos sem numeração

Não se sabendo a data em que foi entregue, consta também dos documentos consultados o requerimento em que José Sócrates pede o plano de curso da UnI e afirma enviar a relação das cadeiras que fez no ISEL. Sócrates ressalva, contudo, que o certificado do ISEL só o poderá entregar em Setembro, "pelo facto de algumas notas não estarem ainda lançadas". Calcula-se que o primeiro-ministro se estivesse a referir a Setembro de 1995, mas com essa data, ou outra aproximada, não se encontra qualquer certificado do ISEL. O primeiro-ministro despede-se apresentando os melhores cumprimentos, com "do seu José Sócrates" escrito à mão. O reitor disse não conhecer o primeiro-ministro antes de este ter frequentado a UnI.

Na resposta ao requerimento de José Sócrates, esta com data de 12 de Setembro de 1995, assinada pelo reitor, é atestada a recepção do requerimento e Luís Arouca indica já que a comissão científica da Faculdade de Ciências da Engenharia e Tecnologias deliberou "propor-lhe a frequência e conclusão das seguintes disciplinas do Plano de Estudos de Engenharia Civil: Análise de Estruturas, Betão Armado e Pré-Esforçado, Estruturas Especiais e Projecto e Dissertação". De fora ficou, "por falha", segundo Luís Arouca, a cadeira de Inglês Técnico.

Por fim, existem duas folhas avulsas, aparentemente folhas de rosto, que não se percebe a que se referem. Uma, com cabeçalho do gabinete do secretário de Estado Adjunto do Ambiente, é um fax dirigido a Luís Arouca e aparenta ser uma folha de rosto. Na zona do texto, José Sócrates escreveu: "Caro Professor, aqui lhe mando os dois decretos (o de 1995 fundamentalmente) responsáveis pelo meu actual desconsolo."

Luís Arouca afirmou ao PÚBLICO não se lembrar a que se referia o primeiro-ministro. O reitor insistiu, ainda, que não existem mais documentos sobre José Sócrates naquela instituição. "As fichas de cada aluno já ninguém sabe delas. Nos primeiros anos, a nota final é acompanhada com fundamento, depois é deitada fora", concretizou. Sobre o registo do pagamento de propinas, a resposta foi semelhante. "Ao fim de cinco anos, vai tudo para o maneta." Por fim, confrontado com o facto de as folhas do processo não estarem numeradas, o reitor afirmou: "A numeração importa. Mas nem sempre se numera."

O certificado de habilitações, assinado pela chefe dos serviços administrativos, Mafalda Arouca, e pelo reitor, Luís Arouca, indica ainda que o curso foi concluído a 8 de Setembro de 1996, com média final de 14 valores.

Ai o malandro

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1289019

16.1.07

Petição contra as Taxas do MULTIBANCO....!!!



Contra as taxas de Multibanco que nos querem impor



Agir contra as taxas de Multibanco que vêm aí
Só para fazer levantamentos no Multibanco vão passar a cobrar-nos 1,50 € (300 escudos na moeda antiga), apesar dos lucros exorbitantes que continuam a ter.
Temos que voltar a usar cheques e obrigar os bancos a contratarem mais pessoal para os balcões e entregar os nossos cartões. É só uma questão de hábito. Dantes não havia e a vida funcionava na mesma, não era?

Hoje em dia existem payshops em toda a parte, para as ditas despesas que ainda pagamos através de Multibanco.

Quem quiser, assine em LETRAS BEM GORDAS e reencaminhe para o maior número de pessoas.
Assina a petição contra as taxas de Multibanco e passa a informação para os teus contactos:

http://www.PetitionOnline.com/bancatms/

Exerce o teu direito à INDIGNAÇÂO

É um assunto que interessa a quase todos nós.

Manual Merck de Saúde

A Empresa Farmacêutica "Merck Sharp & Dome" tem traduzidas em 18 línguas
diferentes a sua obra "Saúde para a Família".

Graças às suas características de texto conciso, de rigor, e de facilidade
de consulta, obteve o estatuto de obra de referência.

Agora, já está acessível em português e gratuitamente (Manual Merck de Saúde
para a Família) no site www.manualmerck.net

13.12.06

CAROLINA SALGADO - resumo do livro

No início do livro, Carolina revela que conheceu o presidente do FC Porto,

com a mediação de Reinaldo Teles, um dos homens da SAD portista que

frequentava o Calor da Noite, bar de alterne, onde a autora trabalhava

madrugada dentro.

Joaquim Oliveira, empresário dos media, também frequentava o local

assiduamente, e quando surgia era "sinónimo de festa de arromba".

"As minhas pernas começaram a tremer, senti um frio no estômago e tive que

sair da pista de dança", lembra quando viu Pinto da Costa pela primeira

vez.

"Previ que estava a nascer um grande amor e não me enganei. Dançámos três

músicas seguidas e a sensação que tinha era que apenas existíamos nós, não

havia ninguém em volta. Fez-me sentir uma verdadeira princesa", confessa.

Certa noite, ao despedir-se de mim, não me deu um beijo na cara, como era

usual, mas um beijo na boca [...] estava completamente apaixonada [...]

Demorei uma eternidade na casa de banho a tentar evitar o inevitável [...]

Ele já me esperava, pacientemente, na cama [...] E vivi uma linda e

inesquecível noite de amor.

Depois, o início das revelações que comprometem Pinto da Costa: "Sempre

que, durante um jogo, o Jorge Nuno achava que o árbitro tinha prejudicado o

FC Porto, ligava ao senhor José António Pinto de Sousa, presidente do

Conselho de Arbitragem, que lhe atendia o telefone, começando por

manifestar a sua indignação perante a incompetência do árbitro, mas

acabando sempre por marcar um jantar para fazer as pazes

Pinto da Costa festejou vitória da Grécia

Uma das confissões mais relevantes da ex-mulher de Pinto da Costa reside no

facto de o presidente do FC Porto ter festejado o triunfo da Grécia no Euro

2004.

"O Jorge Nuno alterou-se com o senhor Scolari quando percebeu que este não

cederia às suas vontades. O que incomodava Jorge Nuno era o facto de toda a

gente ter percebido que o presidente do FC Porto perdera o poder que

gostava de ostentar sobre todos os aspectos do futebol português, incluindo

a equipa de todos nós. Conheço casas onde o desaire [refere-se à derrota de

Portugal na final do Euro 2004 com a Grécia] foi festejado com a abertura

de uma garrafa de champanhe. A minha, por exemplo.

Apito de alerta do amigo Lourenço Pinto...

"Foi o doutor Lourenço Pinto quem, às sete da manhã, nos telefonou para

casa avisando que o major, o doutor Pinto de Sousa e alguns funcionários da

Câmara de Gondomar tinham recebido a visita da PJ. O Jorge Nuno ficou

deveras perturbado com o que estava a acontecer ao major. Receava que o

major ou Pinto de Sousa falassem de mais. Esta era a sua preocupação",

relata.

Na véspera da sua detenção, que nunca chegou a acontecer, Pinto da Costa

contou com uma preciosa ajuda, nada mais nada menos que Lourenço Pinto,

advogado do major Valentim Loureiro.

Tendo em conta o acontecimento, o conhecido advogado, segundo Carolina

Salgado, marcou um almoço no restaurante Boucinha, em Vila Nova de Gaia.

"À mesa fomos informados com pormenor da situação. Na manhã do dia

seguinte, uma brigada da PJ iria entrar na nossa casa e na casa de Reinaldo

Teles com mandados de busca e de detenção (…) Foi muito acentuado que os

agentes eram de Lisboa, como se por isso o perigo triplicasse, o que não me

pareceu uma análise correcta. (…) Quer o Jorge Nuno, quer o Reinaldo Teles

ficaram petrificados com as informações. O Reinaldo ficou branco, quanto ao

Jorge Nuno, o que ouviu, da boca do dr. Lourenço Pinto, deu-lhe

positivamente a volta à barriga. Não havia tempo a perder. O Jorge Nuno

tinha de sair do país", diz.

António Araújo não foi avisado, segundo Carolina Salgado, por ser "o elo

mais fraco" e para que a estratégia montada "funcionasse na perfeição".

A mãe de Carolina estava incumbida de atender os agentes da PJ, tendo de

dizer a frase previamente combinada: "O senhor Jorge Nuno e a esposa

aproveitaram o feriado para dar um passeio." Isto numa altura em que o

casal se encontrava na Galiza.

Como curiosidade, a mulher de Reinaldo Teles recebeu os agentes da PJ com

uma frase elucidativa da sua seriedade: "Não dormiu cá. De certeza que

passou a noite com alguma amante!"

Reinaldo Teles pernoitou num hotel do Porto.

Carolina Salgado lembra que ela e Pinto da Costa resolveram deixar o cofre

da casa aberto, "numa atitude de descaramento e provocação".

Já em Espanha, "Jorge Nuno acusava o Major de ter falado de mais e não ter

cuidado".

Confraternização com árbitros

Para sustentar a sua tese, Carolina faz uma confissão bastante perniciosa

para o líder portista: "Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte

eram visitas de nossa casa, sempre trazidos pelo António Araújo. Por ser

muito cuidadoso, Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem

precisava de o fazer, visto que eles iam lá a casa para confraternizar.

Eram levados pelo empresário António Araújo, bebiam café e comiam

chocolatinhos. O Araújo funcionava como uma ponte entre o Jorge Nuno, o

Reinaldo e os árbitros, disponibilizando-lhes simpatias, tais como

raparigas e outros bens."

No dia do encontro, em casa, com o Beira-Mar, a contar para a Liga, Pinto

da Costa combinou ir depor. Mas se ficasse detido havia uma estratégia bem

montada: "Se, por acaso, Jorge Nuno ficasse detido por ordem da juíza, tal

como aconteceu com o major, os Super Dragões invadiriam o Tribunal,

destruindo tudo à sua passagem, e libertariam o presidente. Cá fora, eu

estaria à sua espera num local previamente combinado e fugiríamos para

Espanha, de onde só regressaríamos sabe-se lá quando."

Entretanto, Carolina recorda que teve o "desprazer de ouvir Joaquim

Pinheiro [irmão de Reinaldo Teles] dizer em voz bem alta que se não fosse

ele o presidente estava engavetado, devido a uma informação de um amigo seu

da PJ do Porto".

A "coça" a Ricardo Bexiga

"Há que limpá-lo", disse Pinto da Costa relativamente a Ricardo Bexiga,

vereador socialista da Câmara Municipal de Gondomar e alegado delator das

irregularidades naquela edilidade.

Carolina conta que se prestou ao serviço "mais desgraçado e degradante" da

sua vida.

Então, alegadamente, Pinto da Costa, "com as suas ligações ao submundo",

disse a Carolina quem é que ela deveria contratar para bater no vereador.

"Explicou-me como deveria actuar, pagando metade do preço à entrada e outra

metade à saída, ou seja, antes e depois da agressão. O serviço custava 10

mil euros, dinheiro que me entregou sempre em notas e que retirou de uma

grande gaveta da cómoda do nosso quarto, na Madalena, gaveta que, para meu

espanto, estava sempre a abarrotar de dinheiro vivo", lembra.

Depois de Ricardo Bexiga ter sido agredido, Carolina Salgado teve um rebate

de consciência, tendo desabafado o seu arrependimento com Lourenço Pinto,

que teve uma tirada deliciosa.

"Oh, minha querida, mas ele ficou a falar!", ao que Carolina respondeu:

"Mas eles partiram-no todo." Lourenço Pinto não modificou o discurso: "Sim,

mas ficou a falar."

Carolina revela ainda que pediu desculpa a Ricardo Bexiga e que esse

episódio "foi o princípio do fim" da sua relação com Pinto da Costa.

Os arrependimentos de Carolina

Carolina Salgado não se coíbe de mostrar arrependimento de muitas das

atitudes que tomou.

Por exemplo, o facto de não ter apertado a mão a Luís Filipe Vieira,

presidente do Benfica.

Na época 2003/2004, aquando da visita do FC Porto ao Estádio da Luz ficou

decidido que Pinto da Costa sentava-se no banco e Carolina na tribuna.

"Ali chegada (...) primei pela educação, numa atitude provocatória. Recusei

cumprimentar o senhor Luís Filipe Vieira deixando-o de mão estendida.

Depois fui para a casa de banho retocar a maquilhagem, perante o horror das

senhoras do Benfica que nem conseguiam olhar para mim a direito. Pelo

telemóvel, ir contando estes meus passos que rejubilava. És um espectáculo,

Carolina', dizia, pedindo-me que lhe contasse todos os pormenores",

sublinha.

Na temporada seguinte, Luís Filipe Vieira tinha decidido não deixar

Carolina entrar na tribuna. Então, a companheira de Pinto da Costa decidiu

ir para a bancada, na companhia dos Super Dragões, acompanhada de uma tarja

direccionada ao líder encarnado.

Pinto da Costa quando viu a tarja, que dizia "Ó orelhas, estou aqui", ficou

radiante. "O Jorge Nuno, hiper-feliz, mandava-me mensagens apaixonadas:

'Ouve lá, estás em grande' e 'Espectáculo'", refere.

No final do encontro José Veiga e Luís Filipe Vieira insultaram Carolina

"de todas as maneiras e feitios, com alusões ao Calor da Noite", o que

desagradou a cônjuge de Pinto da Costa.

"Fiquei triste não pelo que eles disseram, mas pela apatia do Jorge Nuno

que vi, pela televisão, encostado a um canto da sala de imprensa, sem a

menor disponibilidade para reagir ao achincalho que, para todos os efeitos,

eu, a sua mulher, estava ali a sofrer", destaca.

José Mourinho rasgou a camisola de Rui Jorge

Não se percebe no livro se Carolina Salgado viu, mas a sua frase não deixa

dúvidas a ninguém.

"José Mourinho rasgou a camisola do jogador do Sporting, Rui Jorge", diz a

antiga companheira de Pinto da Costa, reportando-se ao empate entre leões e

dragões, a 1 de Fevereiro de 2004.

"Este acto do Mourinho provocou a fúria dos adeptos do Sporting, que me

insultaram, quando me dirigia para o parque de estacionamento (a que não

deveriam ter acesso...), e foi o próprio Rui Jorge que, saindo do seu

carro, acorreu em minha defesa, dizendo que eu não tinha nada a ver com o

acontecido", conta, numa revelação surpreendente.

Tendo problemas de flatulência [...] de vez em quando descuidava-se [...]

em cerimónias oficiais, levando-me a acender, de imediato, um cigarro para

disfarçar o odor.

Cortava-lhe as unhas dos pés e aparava-lhes os pêlos das orelhas.